Música Brasileira

 CLEITOIR PINHEIRO MUNHOZ


            Marcada por características colonizantes e com influência religiosa no primeiro império, a música brasileira teve longo processo desde as primeiras descobertas dos habitantes indígenas pela comunidade européia, a vinda dos povos africanos escravizados até fins do século XVII com o surgimento do ensino musical.
            “Em meados do século XVIII, os jesuítas do Rio de Janeiro, na fazenda Santa Cruz ensinavam o canto e a execução de instrumentos, conquistando excelentes resultados e surpreendendo D. João VI e muitos músicos profissionais.” O caráter europeu foi ainda mais marcado e reforçado no Rio de Janeiro com a chegada de Marcos Portugal, o maior compositor português da época, assim como o músico austríaco Sigismund Neukomm. Padre José Maurício Nunes Garcia foi o primeiro nome de destaque na música brasileira e professor de Manuel da Silva, autor da música do Hino Nacional.
            No segundo império (1840-1889) do Brasil “em 1841, Francisco Manuel da Silva fundou o conservatório de música do RS (hoje, escola nacional de música). Em 1857, D. Pedro II instalou a Academia Imperial de Música e Ópera Nacional. Foi uma época de muito brilho e deslumbre musical.” A perda do interesse pela música estrangeira deu-se com a instalação da República (1889) onde o público afastou-se da música estrangeira, de forma muito notória, e dos fabulosos espetáculos. Com isso, entre os anos de 1921 e 1935 foram criados a Sociedade de Concertos Sinfônicos e o Departamento Municipal de Cultura. O autor de destaque dessa época foi Antônio Carlos Gomes (1836-1896) com sua obra musical O Guarani ou Ópera II Guarany, extraída do romance de José de Alencar, muito famosa na Europa e América do Norte. Hoje ela é executada no programa diário de rádio conhecida como A Voz do Brasil. Entre os compositores dessa fase também encontra-se Chiquinha Gonzaga (1841-1935) e Ernesto Nazareth (1863-1934).
            No empenho pelo espírito nacionalista surgiu o nacionalismo musical para valorizar o espírito popular a partir de meados de 1800. Dos autores que se sobressaem da época encontra-se Heitor Villa Lobos (1887-1959). Algumas de suas obras mais conhecidas são: Canções Típicas brasileiras, Serestas, Uirapuru, Manducarará, Amazonas, trenzinho caipira etc.
            Das obras de gêneros musicais do Brasil ainda temos: a modinha, lundu, maxixe, tango brasileiro, choro, marcha, marcha-rancho; o samba, frevo, baião, maracatu, toada; a valsa, polca, bossa nova; o forró, reggae; a canção de protesto, axé-music, canções praieiras, canções tradicionais gaúchas. Enquanto que concernente aos artistas podemos citar os mais variados nomes, como por exemplo, Rita Lee, Djavan, Renato Russo, Jair Rodrigues, Luis Marenco, Chico César, Luís Gonzaga, Elba Ramalho, Adriana Calcanhoto, Gaúcho da fronteira, Gilberto Gil entre outros.