Universo Sonoro Atual

CLEITOIR PINHEIRO MUNHOZ

A medida de pulso de uma música já teve o costume de ser medido pelo padrão de pulsação humana de 60 a 80 batidas por minuto. A intensidade da obra ou baixa intensidade estava de acordo com essa medida. Porém, conforme mudam as épocas somos influenciados de formas diferentes.
Com isso temos diferentes percepções como a música absoluta que se “refere à criação de formas musicais desvinculadas do ambiente externo, como por exemplo, a sonata, o quarteto, a sinfonia (...) e a música programática, com o propósito de imitar o ambiente.”
A partir do século XIX , a orquestra começou ampliar e complementar-se, visto que somente no início do século XX que se passou a integrar à música, também os ruídos com grande vitalidade rítmica. Por exemplo,  “compositores incluíram ruídos da cidade em suas obras, como os produzidos pelo bonde sobre os trilhos, a estridência das serras mecânicas, o estalido dos chicotes, as vozes da multidão (...).” Os sons ambientes  começaram a fazer partir das obras musicais.
Nossas preferências atuais agora recaem sobre os sons mais graves que não trazem consigo necessariamente a clareza e o foco de época anteriores, pois as ondas de baixa freqüência são mais escuras em qualidade e menos direcionadas no espaço, sendo que é comum ocasionarem mistura e difusão, o que não significa que não sejam bem apreciadas por um determinado público.
A linguagem musical na mídia e no cinema, por sua vez, apresenta-se como maleável e flexível sob disposição do diretor cinematográfico.  “A música como recurso do cinema, além das possibilidades sonoras tradicionais, utiliza os ruídos e o silêncio, podendo ser este último um elemento de grande expressividade,” dando sentido de reforço real às cenas para o espectador. Esses recursos, fazem grande diferença por seu uso desde 1927 com a introdução do cinema falado. No entanto, apenas em 1940 é que foi reconhecida a música no cinema como forma especializada nas obras musicais.
 “A música composta para uma produção dramática, filme, propaganda, programa de rádio ou televisão, ou que é usada nesses meios, chama-se música incidental, (...).” Nota-se igualmente a música nas produções do cinema de animação como elemento unificador psicoemocional, como por exemplo, na aplicabilidade da música especializada em filmes de época, espionagem ou faroeste. O conjunto desses sons e músicas é que compõem a tão conhecida sonoplastia que segue o roteiro.
A vida em sociedade tem demonstrado como o ser humano relaciona-se com o som. Por esse motivo chamada ecologia sonora surgiu com intuito de buscar equilíbrio e harmonia para que sejam fundamentais e de identidade à vida cotidiana com vistas ao melhor engajamento. A mesma relembra que o silêncio também faz parte desse processo com seus momentos de quietude.